Fala-se em educação de qualidade como
se a expressão qualidade possuísse um significado em si. Mas não é bem assim.
Qualidade pode ser um atributo ou uma propriedade. Enquanto o primeiro é algo
imputável por um sujeito, o segundo é inerente a um objeto. Isso faz com que a qualidade oscile entre a
subjetividade e a objetividade.
Por exemplo, ao qualificarmos uma
pimenta como sendo boa, temos que esclarecer se boa significa aparência, utilidade,
validade etc. O boa também pode estar ligado a uma escala de valores - mais ou
menos ardida -, um grau de excelência - melhor que -. Totalmente subjetivos. Ou
pode, objetivamente, determinar uma tipificação, como o caso Malagueta, Rosa,
Dedo de Moça, Biquinho entre outras.
Com educação, não é diferente. E,
para que nossas discussões a respeito ultrapassem a fronteira de significado, o
Escritório Regional de Educação
para América Latina e o Caribe da Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (OREALC/UNESCO), no documento “El derecho a una educación
de calidad para todos em América Latina y el Caribe”, apresenta um
conceito de qualidade da educação com cinco dimensões: equidade, relevância,
pertinência, eficácia e eficiência.
Decorrência natural das políticas
traçadas para se alcançar o que a Unesco denomina “Educação para a Cidadania
Global”, em parceria com a Fundação Santillana e o jornal espanhol EL PAÍS, foi
realizado um Seminário Internacional em São Paulo, noticiado no site Porvir: Educação
para cidadania global precisa ir além do conteúdo. Abaixo, um extrato da matéria, que vale muito a pena ler.
Cecilia Barbieri, especialista da Unesco para América Latina e o Caribe, mostrou que, apesar dos progressos no acesso desde a infância até a educação primária, a qualidade da educação na América Latina ainda compromete o desempenho dos alunos e impede que os índices tenham a melhora esperada. “Educação de qualidade é muito mais que aprender e ter boas notas na escola. Não se trata apenas de dominar competências, mas também pôr em prática o respeito à vida e à dignidade humana, o que é essencial em uma sociedade preocupada em promover a diversidade, a justiça social e a inclusão”, disse.No vídeo abaixo, uma entrevista com Maria Rebeca Otero Gomes, Coordenadora do Setor de Educação da UNESCO no Brasil, concedida durante o “Seminário Internacional Liderança e Inovação na Educação", da Fundação Santillana. Entre outros temas, Rebeca aborda o uso da tecnologia na perspectiva da “educação para a cidadania global”.